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Três poesias

Atualizado: 14 de jan. de 2019

- Marília Gonçalves, Marcos Alcyr Brito de Oliveira e João Alfredo Telles Melo


 
Xepa

Marília Gonçalves é poeta, cantora e cozinheira.


Junto um punhado de ideias a que chamo esperança

À minha volta a merda se espalha absoluta

Que eu busque alegria interna,

e combine a canção certa à poesia exata,

nada será eficaz como o dedo em riste.

Isso sim afasta o caos




 

Um instante lacaniano

Marcos Alcyr Brito de Oliveira, diretor do SINDILEX, é doutor em Direito pela USP.



A vida, um sopro!

Pessoas em confronto com a realidade: a real idade.

Ventania, furacão ou brisa: insatisfação inerte frente a um movimento estático!

O conjunto configura dores e amores, e,

Na fenda, no vão que se abre, a vida salta e sobressalta,

Como um relâmpago em um vácuo ou no vácuo de uma sessão relâmpago!

Não foi em vão,

Apenas foi!






 

Tatajuba

João Alfredo Telles Melo é advogado e professor de Direito Ambiental do Centro Universitário 7 de Setembro - Fortaleza/CE.


Que sabe o grande capital

Do delicado curso de tuas dunas

Ampulhetas semoventes a marcar

O espaço/tempo de teus nativos?

Que conhecem as régias empresas

Do fluxo diário de tuas marés

A encher e vazar tuas camboas

Alegrias perenes de teus curumins?

Que pensam os novos midas

Desse teu luar prateado

A banhar de luz teu lago grande

Pai-provedor de teus pescadores?

Que teus ventos, Tatajuba

Que levam e trazem teus homens do mar

Carreguem, para além mar,

A ganância de tais especuladores!

E que as mulheres do litoral,

Que tecem a vida com bilros e amores,

Possam gestar uma nova história

Nas praias, terras sem males nem dores.


Foto: João Alfredo Telles Melo

 

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