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MORADORES DE ITAPECERICA DA SERRA DENUNCIAM BOTA-FORA NO JARDIM DAS PALMEIRAS

Atualizado: 5 de dez. de 2023

-ADRIANA ABELHÃO-



Está em andamento projeto de um gigantesco bota-fora no Bairro Jardim das Palmeiras em Itapecerica da Serra, próximo ao Condomínio Petrópolis e ao Bairro da Mombaça.


Com autorização da Cetesb, responsável pelo licenciamento, e da Prefeitura de Itapecerica da Serra, trata-se de um aterro de 61.000 m2 que pretende movimentar três milhões de metros cúbicos de terra e gerar o tráfego de 250 mil viagens de caminhões, num período de quatro anos.

O local é um vale que abrange uma Área de Preservação Permanente, com cursos d’água e nascentes, onde, segundo relato de Celia Regina Panzardi, moradora do Condomínio Petrópolis, transitam animais como o veado mateiro, o gambá de orelha preta e o quati. A partir do dia 25 de maio de 2019, houve abertura de rua no local, que segundo os funcionários da empresa Vicenzo Tractor, que efetuavam a obra, trata-se de uma via para acesso ao referido vale e a população teme que as obras comecem a qualquer momento.


O projeto privado foi apresentado aos órgãos competentes como um Centro de Esportes e Eventos – “Alto Astral Shows e Eventos”, e conta com a construção de apenas quatro quadras de esportes e um pequeno centro de atendimento 350m2, que seriam construídos sobre esse gigantesco aterro. A pedido dos moradores, atônitos com a situação, o engenheiro responsável pela obra, Sr. Franklin Willians, foi até a Associação de Moradores do Jardim Petrópolis em 31 de maio último para apresentar o projeto. Quando questionado pelos moradores sobre a viabilidade econômica da iniciativa, pois durante o período de implantação de quatro anos, o “clube” ficaria sem atividades e sem renda, Sr. Willians disse apenas que aceitava sugestões dos moradores para a implantação do projeto em outra área.


Diante desses relatos, fica claro para a população que se trata efetivamente de um aterro, bota-fora, com um projeto de Clube de Eventos e Esportes de fachada, pois segundo a lei de zoneamento, da área, são permitidos empreendimentos ligados a esporte, turismo e lazer, mas proibidos aterros ou lixões. Neste caso, a receita do negócio seria gerada pela movimentação de terra (entulho, lixo) para o local, um negócio extremamente lucrativo, pois estima-se uma receita de 150 reais por caminhão transportado, o que resulta num total de R$ 37,5 milhões em quatro anos.


Os “empreendedores” já começaram a divulgar os “benefícios” do clube para a população, mas o que não está sendo considerado pelos órgãos públicos, além da burla à lei, do aparecimento de um lixão, da destruição de mananciais e do habitat de animais silvestres é o perigo advindo da atividade para toda a população local.


A área é de difícil acesso, uma subida íngreme, à altura do km 39 da Rodovia Prefeito Rotger Domingues, palco frequente de mortes por acidentes. Com o trânsito intenso de caminhões programado, fica claro o perigo aos usuários da rodovia que passam em direção à Mombaça e ao Condomínio Petrópolis. Material será despejado na pista, terra, entulho, o que pode provocar derrapagens e mais acidentes. Moradores do local estão preocupados com a poluição sonora e do ar advindos desta atividade. Não houve qualquer aviso aos moradores sobre os horários desta circulação que afetará a vida de todos que acessam a Rua Canarinho e que transitam na rodovia.


É preciso a mobilização de toda população contra mais esse ataque a nossos mananciais em nossa cidade. A Associação de Moradores do Jardim Petrópolis pede apoio para a divulgação do caso e para as ações que serão feitas nos próximos dias.

Em tempos de desmandos ambientais sem precedentes no País, com soterramentos criminosos, como os de Brumadinho e Mariana, o “empreendimento” traz grande risco de deslizamento decorrente da grande movimentação de terra, pois é local de vale com taludes íngremes, que diante das fortes chuvas a que nossa região tem se sujeitado, podem ir abaixo, causando mortes e o aterramento dos mananciais em sua parte mais baixa.


Já foram feitas duas representações junto ao Promotor de Meio Ambiente de Itapecerica da Serra, em nome da Sociedade Ecológica Preservar Itapecerica da Serra e da Associação Residencial Jardim Petrópolis, questionando o empreendimento e pedindo providências. Preservar também entrou com um pedido de vistas do processo junto à Cetesb, a qual se recusa a entregar a documentação até o momento. Moradores estão tentando marcar uma reunião com o Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Itapecerica da Serra, para que dê explicações. O movimento dos moradores conta com o apoio do Preservar Itapecerica da Serra e da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil de Itapecerica da Serra.


É preciso a mobilização de toda população contra mais esse ataque a nossos mananciais em nossa cidade. A Associação de Moradores do Jardim Petrópolis pede apoio para a divulgação do caso e para as ações que serão feitas nos próximos dias.


 

Adriana Abelhão - Presidente da Associação Ecológica Preservar Itapecerica da Serra


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