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A ESCOLINHA DO PROFESSOR TRÂMPI

  • Foto do escritor: Revista Pub
    Revista Pub
  • 26 de ago.
  • 3 min de leitura

-SEBASTIÃO STAUT-


Recentemente no X, ex-Twitter, a rede tóxica apropriada pelo Musk, também conhecido como Elão dos Foguetes, li a seguinte postagem do professor e escritor mexicano, Federico Guzmán:


TODO EM LO QUE CREÍA ESTÁ DESAPARECIENDO FRENTE A MIS OJOS, ASÍ QUE SOLO ME QUEDAN ESTAS OPCIONES: YA NO CREER EM NADA, CREER EN PURAS COSAS MUERTAS, BUSCAR ALGO NOVO EM LO QUE CREER O CREAR Y RESCATAR LO QUE AÚN ME GUSTARIA CREER.


Dada como desnecessária a tradução, ao que também não me arriscaria, face o alcance geral das ferramentas do tipo “google translate”  e quejandas, é preciso destacar que, no mar de extremismos, loucuras, falsidades, ódios e abominações que se pode encontrar, com incrível facilidade, em redes sociais como o X, também nela se pode, não sem o concurso de  grande atenção e diligência, garimpar coisas muito boas, informações de qualidade, grandes dicas de música e literatura, como atesta esse desabafo acima transcrito da conta do professor Guzmán.


Como não me identificar com esse sentimento? Eu que acreditava até há pouco no enfraquecimento dos movimentos extremistas de direita no Brasil e na aceitação geral do regime democrático formal, eu que acreditava na solução dos dois estados para Palestina e Israel, eu que depois de testemunhar as transformações  na infraestrutura dos países menos desenvolvidos da união europeia, acreditava no projeto de um continente europeu mais justo, acolhedor e protegido de extremismos, eu que acreditava que o mundo despertava para a emergência ambiental e climática...


Acabo, na verdade, me deparando com esta patética cena, uma catarse de toda a involução “nonsense” que nos assola e nos quer conduzir, com a velocidade de um raio, a tempos de profunda escuridão:


Divulgação - Rede X - Casa Branca
Divulgação - Rede X - Casa Branca

Pois é, minha amiga leitora e meu amigo leitor, estão aqui, sentadinhos numa sala, quietinhos e atentos, nada mais e nada menos que todos os líderes mais importantes da União Europeia, escutando submissos à preleção do presidente dos EUA.


Sim, líderes do que foi a terra de Balzac, de Descartes, de Voltaire.  Sim, a terra de Goethe, de Kant, de Beethoven. Sim, a terra de Galileu Galilei, de Italo Calvino, de Verdi... Todos acomodados em posição subalterna, como escolares, a escutar a figura que todos nós conhecemos a eles dirigir-se em tom professoral.


Não pude deixar de associar essa cena inusitada ao conhecido quadro humorístico criado pelo talentoso Chico Anísio, que tantos anos esteve em cartaz na televisão brasileira aberta cativando uma multidão de espectadores, A ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO.


Pareceu-me, na verdade, estar presenciando um “sketch” de uma nova e estrangeira versão do nosso popular programa, colocado em exibição como A ESCOLINHA DO PROFESSOR TRÂMPI, tendo a participação especial do presidente da República Francesa no papel do não menos famoso personagem, ROLANDO LERO.


Haveria ainda várias outras similitudes a destacar, mas deixo à criatividade de vocês que, com paciência, leem este artigo. E faço questão de ressalvar que o professor Raimundo, o original, era personagem bastante admirado por sua inteligência e graça, o que não se pode dar por seguro na nova versão.


Quem sabe a Casa Branca não tenha uma mesa redonda para acomodar líderes mundiais ou talvez estivessem passando o aspirador e, por essa razão, o encontro se deu nesse contexto, de filme “B” de Hollywood.


Sei que, depois dessa e tantas outras, já não acredito em mais nada do que citei acima e, como o professor Guzmán, preciso criar e regatar alguma coisa que eu ainda gostaria de acreditar. Acho que muita gente vive esse mesmo sentimento. Não tem sido nada fácil. 


Sebastião Vilela Staut Júnior é advogado, Procurador do Estado de São Paulo aposentado, associado do IBAP e contista/cronista acidental. Publica sua coluna mensalmente todo dia 26.



1 comentário


Jamiel Vanser
Jamiel Vanser
26 de ago.

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