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Que rumo você quer seguir?

-FREDERICO ARZOLLA-


Por vezes, é difícil de acreditar na capacidade das pessoas de mudar o mundo. Vemos situações consolidadas e muitos acham que tudo foi sempre assim. Mas a capacidade existe!


Ilustração - Ibraim Rocha

O ser humano possui amplo potencial e pode realizá-lo. Da mesma forma, pode deixá-lo e se tornar um espectador. Assim como liga a televisão e vê sua programação, pode portar-se perante a vida e vê-la passar reagindo de forma neutra ou passiva diante dos acontecimentos, imerso na rotina e nos afazeres, vendo o mundo como uma realidade imutável; vivendo e convivendo.


Pessoas são educadas como receptáculos, diante de uma carga imensa de informações, a serem memorizadas e reproduzidas, quando solicitadas. É o falso conceito do saber, o saber enciclopédico.


Escolas de filosofias diferentes tratam o potencial do ser humano, aflorando habilidades e conteúdos internos, aptidões, para que o ser se manifeste, igual à semente que coloca todo o seu potencial e revela-o para a vida, para junto com outras, construírem uma floresta; sempre reagindo ao meio, mas sempre manifestando seu vigor e seu potencial. A esperança reside nas sementes e da revelação delas e de seu potencial.


A vida é uma conquista diária. Quando acordamos não sabemos o desenlace final, e como será, diante de tantas possibilidades, diante de erros e acertos.


A vida consciente, permite esse contínuo refletir, imputindo na ação a reflexão. A visão crítica e transformadora da realidade exige coragem. Contrapor, diante do injusto, diante do incorreto, é sair da multidão inerte e calada, e expor-se.


Tal qual a semente que, diante de todas as adversidades do meio, revela sua força; age e reage, e assim segue, tão alto quanto puder alcançar. Procuram ao máximo, diante de seu genótipo, alcançar os céus e revelar ao mundo seus frutos.


A educação moderna precisa focar no indivíduo como agente de mudanças, de transformação da realidade. Há diante de nós sistemas em operação. Sistemas que gerenciam e dominam o mundo. A educação deve dar meios às pessoas para que, diante de uma visão crítica, possam melhorá-lo, e não aceitá-lo incondicionalmente, tal qual ele é.


A evolução depende disso, da quebra das correntes e das mordaças que geram a estagnação. Em cada pessoa, há um espírito libertador ou que anseia a liberdade, quando este se põe a obrar por um mundo melhor, inserido em sua realidade, seu contexto, sua cidade, seu país. Espírito que faz vibrar e emergir a luz interna, iluminando a si mesmo e ao mundo; que se sente tocado, que atende o chamado e se envolve e se engaja para esta construção, a que se faz necessária, para se ter um mundo melhor.


Quando vem a mente a rosa dos ventos, dependendo da opção tomada, vai-se por um ou por outro lado. Todo caminho tomado tem as suas consequências. O futuro é construído no dia-a-dia. Não é algo que vem inusitado. São as decisões, os posicionamentos que o semeiam ou a falta destes.


Quem age passivamente pelo mundo, colhe o futuro plantado por alguém. Que encruzilhada as pessoas se encontram: mantem-se como estão ou lutam por um mundo melhor?


Pessoas são engrenagens deste sistema. Se o aceitam como ele é, assim permanecerá, mas se agem de forma crítica e construtiva, criam condições para mudá-lo.

 

Frederico Arzolla é Engenheiro Agrônomo, Doutor em Biologia Vegetal, Pesquisador em Conservação da Natureza e Florística e Fitossociologia de Árvores da Mata Atlântica.


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